Rui Porto Nunes começou por brilhar em Morangos com Açúcar e hoje mostra o seu talento na novela de Rui Vilhena, Olhos nos Olhos, como Gustavo. Embora diga que a representação é o seu grande objectivo, nem sempre foi este o seu sonho. Apaixonado por bicicletas desde os três anos, o jovem actor só vivia para as competições de BTT. Contudo, uma doença grave acabou com esta paixão.
Sempre quis ser actor?
Desde sempre que gostei muito de cinema, teatro e até de televisão. Mas ao contrário das outras crianças, que querem ser jogadores de futebol, sempre quis fazer BTT. Quase que podia dizer que fui profissional. Era practicamente a minha vida.
Porque é que desistiu desse sonho?
Quando estava no 12º ano tive mononucleose infecciosa (a chamada “Doença do Beijinho”), que é algo muito perigoso, pois o baço pode romper. Pode ser confundido com muitas doenças, pois, primeiro, parece uma constipação, depois, uma amigdalite, e vai piorando. Comecei por ter dores de cabeça e sentia-me fraco. Tive de ficar três meses em casa.
Durante esse período, contou com a ajuda da família e dos amigos?
Sim, tive muito apoio. Cheguei a ter uma directora de turma, que ainda hoje é minha amiga, que fez todos os possíveis para eu passar de ano.
E como foi não poder praticar BTT?
Na altura, isso foi o que me custou mais. Só queria treinar e competir. Ainda por cima, tinha assinado um contrato com uma equipa de BTT e o projecto acabou por não arrancar, pois além de ter ficado doente, os meus colegas também se lesionaram.
E como surgiu a oportunidade de ingressar no mundo artístico?
Tudo começou quando eu e uns amigos viemos ao mega casting dos Morangos. Passei à segunda fase, onde conheci a Cátia Beirão, da NBP, que me ajudou a arranjar algumas figurações. Depois, chamaram-me para fazer um workshop para os Morangos e acabei por ser escolhido.
No futuro, pretende continuar na representação?
Quero mesmo muito continuar. Na altura, arrisquei muito para entrar nos Morangos, já que congelei a minha matrícula no curso de Realização. Consegui ganhar essa etapa, dar o salto e, a partir de agora, quero poder dizer, daqui a uns anos, que sou actor. Neste momento, ainda sou um aprendiz.
Gostava de experimentar teatro e cinema?
Gosto mais de cinema do que teatro, mas adorava experimentar teatro, é o berço da representação.
Que conselho dá aos jovens que querem ser actores?
Têm de ter muita dedicação, empenho e paciência.
A família sempre o apoiou neste seu desejo?
Eles apoiaram-me sempre, até mesmo quando parei o curso sem ter certezas do que ia fazer.
Foi difícil sair de Portalegre e mudar-se para Lisboa?
Vinha muitas vezes a Lisboa, porque tinha cá provas. Claro que não sabia o que era viver cá 24 horas por dia, mas já estou habituado. Os meus pais e o meu irmão ficaram lá, mas moro com três primos e eles tratam-me muito bem.
Costuma ajudar na lida da casa?
Sei fazer baba de camelo, torradas e leite com chocolate. Já não passo fome (risos).
Ser conhecido trouxe-lhe algum dissabor?
Há experiências boas e menos boas. Mas acho que temos de tirar o que é essencial para a nossa experiência de vida.
Acha que muita coisa mudou desde que se tornou conhecido?
Não. As pessoas abordam-me na rua, mas continuo a fazer a minha vida normal e nada mudou.
Mas é muito assediado pelos fãs?
Não é assédio, é apenas carinho.
Mas já passou por algum momento em que se sentiu assediado?
Sim. Tive uma situação mais caricata, durante um concerto das Just Girls. Foi engraçado. É muito bom sentir o carinho do público.
Considera-se um homem bonito?
Não, sou normal.
As cenas íntimas incomodam-no?
Não, porque é o meu trabalho. Tem de haver respeito pela outra pessoa, temos de ser profissionais. É o que nos é pedido e temos de o fazer.
Era capaz de se despir totalmente na televisão?
Se tiver algumas cenas que assim o exijam e se for realmente importante, sim.
E fazer uma cena de sexo com um homem na televisão?
Se fizesse de homossexual, claro que faria.
Com tantas fãs, é muito namoradeiro?
Não.
Com que idade perdeu a virgindade?
Foi com 17 anos.
Já teve uma grande paixão?
Já. Foi algo que me trouxe coisas boas e más. Só tive uma namorada, que também é de Portalegre. Namorámos quase quatro anos, mas acabou. Desde aí, não surgiu mais nenhuma paixão.
Acredita no amor para sempre?
Os sentimentos são uma ilusão. Sou um bocadinho de tudo, não sou linear. Tenho dias, horas e fases.
Era capaz de competir com outro homem pelo amor de uma mulher?
Talvez, embora nunca me tenha deparado com essa situação.
Fonte: Revista Maria
Retirado do Site: http://morangoscomacucar.org/